Mais força à CDU <br>no distrito de Beja
É preciso dar mais força à CDU também no distrito de Beja, nas eleições para a Assembleia da República, no Outono. Eleições importantes na luta pela ruptura com a política de direita e pela concretização de uma viragem na vida nacional.
«Pôr fim ao caminho de empobrecimento»
Estas foram ideias reafirmadas na terça-feira, em Beja, na sessão pública de apresentação da candidatura da CDU. Acto com a presença de muita gente e com as intervenções do Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e do primeiro candidato pelo círculo de Beja e actual deputado, João Ramos.
«Partimos para esta batalha com uma grande confiança na possibilidade de continuar o caminho de reforço da CDU com mais votos e mais deputados, uma confiança reforçada pela consciência do dever cumprido e do trabalho realizado», reafirmou Jerónimo de Sousa em Beja.
Estas eleições, sublinhou o líder comunista, são uma grande oportunidade para que os democratas e patriotas, para que todos os que aspiram a uma vida melhor, «expressem a vontade de pôr fim ao caminho de empobrecimento, exploração, dependência e abdicação dos interesses nacionais que PSD, CDS e PS têm imposto ao País».
João Ramos, deputado e cabeça de lista da CDU por Beja, centrou a sua intervenção sobre os problemas do distrito que, disse, tal como o Alentejo e o País, está empobrecido por 38 anos de políticas governamentais de direita, de «vira-o-disco e toca-o-mesmo».
Deu números recentes: em Maio de 2015, os centros de emprego do distrito tinham 7787 desempregados inscritos, mais 434 do que há quatro anos. No 4.º trimestre de 2014, havia no Alentejo, relativamente a 2011, menos 22 800 empregos. O número de beneficiários do Complemento Solidário para Idosos baixou, no distrito de Beja, de 5106 em 2011 para 4045 em 2014, uma redução de 31 por cento. Em três anos, 1060 idosos, dos que têm as reformas mais baixas, viram o seu rendimento ser reduzido. O número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção passou de 8831 em 2011 para 6402 em 2014. Uma redução de 28 por cento. Nos primeiros três anos de acção deste Governo, entre 2011 e 2014, o distrito perdeu 4731 residentes. Ou seja, resumiu, «sob a acção da política da troika e do Governo PSD/CDS, o distrito de Beja tem hoje menos pessoas, menos empregos, mais inscritos nos centros de emprego e menos apoios sociais para os mais pobres».
João Ramos falou dos problemas do distrito – as estradas por fazer ou completar, a falta de ligações ferroviárias, o aeroporto de Beja por funcionar. Referiu-se ao projecto de Alqueva, que tem promovido o aumento da produção agrícola mas que continua sem estratégia.
Apresentar soluções
O deputado assegurou que o PCP e a CDU encaram as próximas eleições «com a serenidade de quem cumpriu os compromissos assumidos com os eleitores, com o sentir de dever cumprido, de quem levou os problemas do distrito à Assembleia da República e de quem não se cansou de apresentar soluções para os problemas, tantas vezes rejeitadas pela maioria de direita, mas também pelo PS». Com a confiança de quem esteve ao lado das lutas e das mais justas reivindicações: com os rendeiros dos Machados contra a expulsão; com os funcionários públicos pelas 35 horas; com as populações de Serpa contra o desmantelamento do hospital; com as populações de Ervidel e de Safara contra o encerramento dos CTT; com os trabalhadores de empresas com salários em atraso; com as populações do distrito contra a extinção de freguesias.
A sessão da CDU nas Portas de Mértola, no centro de Beja, foi apresentada por Sónia Calvário. Na tribuna estiveram, ao lado do Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e do primeiro candidato pelo círculo de Beja, João Ramos, outros dirigentes do Partido e da CDU.